Nutrição em Pauta: Quem realmente precisa cortar o glúten?

Entenda o que é o glúten, em quais casos a exclusão é necessária e os riscos de aderir a modismos alimentares sem orientação

🔎 O que é o glúten?

O glúten é uma proteína naturalmente presente no trigo, centeio e cevada. Ele é o responsável pela elasticidade das massas e está presente em alimentos como:

  • Pães, bolos, biscoitos

  • Massas (macarrão, lasanha)

  • Cerveja e alguns molhos industrializados

Foto: Reprodução

Para a maioria das pessoas, o glúten não traz nenhum mal — mas há exceções importantes.

⚠️ Quando cortar o glúten faz sentido?

  1. Doença celíaca
    É uma condição autoimune em que o corpo reage ao glúten, causando inflamação intestinal, má absorção de nutrientes, diarreia, inchaço e até anemia.
    A única conduta é exclusão total e vitalícia do glúten.

  2. Sensibilidade ao glúten não celíaca
    Algumas pessoas relatam desconfortos gastrointestinais (como estufamento, gases ou dor abdominal) ao consumir glúten, mesmo sem diagnóstico de doença celíaca.
    Nesses casos, a exclusão ou redução pode ser benéfica — desde que feita com acompanhamento profissional.

  3. Dermatite herpetiforme
    É uma condição inflamatória da pele, também relacionada à intolerância ao glúten.

❌ Quando NÃO é necessário cortar?

Evitar glúten sem motivo clínico ou orientação nutricional pode:

  • Levar à exclusão desnecessária de alimentos nutritivos

  • Aumentar o risco de deficiências nutricionais (como ferro, fibras e vitaminas do complexo B)

  • Estimular uma relação desequilibrada com a comida

  • Alimentar modismos e discursos sem base científica

Produtos “gluten free” não são sinônimo de saudáveis — muitos são ultraprocessados, com alto teor de gordura, açúcar ou aditivos.

✅ O caminho é o equilíbrio

O glúten pode estar presente numa alimentação saudável, equilibrada e rica em fibras, proteínas, vitaminas e minerais.
O mais importante é olhar o contexto geral da alimentação, e não focar em excluir um único componente.

Cortar o glúten só faz sentido quando há uma justificativa clínica e nutricional para isso.
Respeitar as necessidades do seu corpo e ter acompanhamento profissional é o que garante saúde e bem-estar — não seguir tendências da internet.
Antes de excluir alimentos do seu dia a dia, exclua os exageros, o medo e a desinformação.

📚 Referências

  • Sapone, A. et al. (2012). Spectrum of gluten-related disorders: consensus on new nomenclature. BMC Medicine

  • Catassi, C. et al. (2013). Non-celiac gluten sensitivity: the new frontier of gluten related disorders. Nutrients

  • Fasano, A. (2020). All disease begins in the (leaky) gut: role of zonulin-mediated gut permeability in the pathogenesis of some chronic inflammatory diseases. F1000Research

Escrito por Luana Diniz, nutricionista clínica esportiva. Confira mais dicas na coluna Nutrição em Pauta .

*COLUNA NUTRIÇÃO EM PAUTA / LUANA DINIZ NUTRICIONISTA – CRN7 16302

Nutricionista e atleta, formada pela Universidade Federal do Acre, pós-graduada em nutrição clínica esportiva. Trabalha com atendimento clínico nutricional em parceria com a loja de suplementos Be Strong Fitness e é colunista do ContilNet em assuntos sobre alimentação e sua correlação com saúde e bem-estar.

Instagram: @luanadiniznutricionista

Contato: (68) 99973-0101

Para mais informações: linklist.bio/luanadiniznutricionista

PUBLICIDADE

Bloqueador de anuncios detectado

Por favor, apoie-nos desativando sua extensão AdBlocker de seus navegadores para o nosso site.