🔎 O que é o glúten?
O glúten é uma proteína naturalmente presente no trigo, centeio e cevada. Ele é o responsável pela elasticidade das massas e está presente em alimentos como:
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Pães, bolos, biscoitos
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Massas (macarrão, lasanha)
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Cerveja e alguns molhos industrializados

Foto: Reprodução
Para a maioria das pessoas, o glúten não traz nenhum mal — mas há exceções importantes.
⚠️ Quando cortar o glúten faz sentido?
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Doença celíaca
É uma condição autoimune em que o corpo reage ao glúten, causando inflamação intestinal, má absorção de nutrientes, diarreia, inchaço e até anemia.
A única conduta é exclusão total e vitalícia do glúten. -
Sensibilidade ao glúten não celíaca
Algumas pessoas relatam desconfortos gastrointestinais (como estufamento, gases ou dor abdominal) ao consumir glúten, mesmo sem diagnóstico de doença celíaca.
Nesses casos, a exclusão ou redução pode ser benéfica — desde que feita com acompanhamento profissional. -
Dermatite herpetiforme
É uma condição inflamatória da pele, também relacionada à intolerância ao glúten.
❌ Quando NÃO é necessário cortar?
Evitar glúten sem motivo clínico ou orientação nutricional pode:
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Levar à exclusão desnecessária de alimentos nutritivos
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Aumentar o risco de deficiências nutricionais (como ferro, fibras e vitaminas do complexo B)
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Estimular uma relação desequilibrada com a comida
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Alimentar modismos e discursos sem base científica
Produtos “gluten free” não são sinônimo de saudáveis — muitos são ultraprocessados, com alto teor de gordura, açúcar ou aditivos.
✅ O caminho é o equilíbrio
O glúten pode estar presente numa alimentação saudável, equilibrada e rica em fibras, proteínas, vitaminas e minerais.
O mais importante é olhar o contexto geral da alimentação, e não focar em excluir um único componente.
Cortar o glúten só faz sentido quando há uma justificativa clínica e nutricional para isso.
Respeitar as necessidades do seu corpo e ter acompanhamento profissional é o que garante saúde e bem-estar — não seguir tendências da internet.
Antes de excluir alimentos do seu dia a dia, exclua os exageros, o medo e a desinformação.
📚 Referências
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Sapone, A. et al. (2012). Spectrum of gluten-related disorders: consensus on new nomenclature. BMC Medicine
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Catassi, C. et al. (2013). Non-celiac gluten sensitivity: the new frontier of gluten related disorders. Nutrients
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Fasano, A. (2020). All disease begins in the (leaky) gut: role of zonulin-mediated gut permeability in the pathogenesis of some chronic inflammatory diseases. F1000Research
Escrito por Luana Diniz, nutricionista clínica esportiva. Confira mais dicas na coluna Nutrição em Pauta .
*COLUNA NUTRIÇÃO EM PAUTA / LUANA DINIZ NUTRICIONISTA – CRN7 16302
Nutricionista e atleta, formada pela Universidade Federal do Acre, pós-graduada em nutrição clínica esportiva. Trabalha com atendimento clínico nutricional em parceria com a loja de suplementos Be Strong Fitness e é colunista do ContilNet em assuntos sobre alimentação e sua correlação com saúde e bem-estar.
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