A Polícia Federal prendeu Gilson Machado, ministro do Turismo no governo de Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta sexta-feira (13) em Recife (PE). Ele é suspeito de integrar um plano de fuga do tenente-coronel Mauro Cid.
Na terça-feira (10), a PF pediu a abertura de uma investigação de Gilson Machado, sob suspeita de ter agido para tentar obter um aporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O objetivo da ação seria facilitar uma eventual saída de Cid do país. O militar é réu na ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a suposta trama golpista após as eleições de 2022. A investigação também mira Bolsonaro e outros aliados.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favorável ao início da apuração. Segundo indícios coletados pela PF, Gilson Machado foi em maio ao Consulado de Portugal em Recife, onde mora, para viabilizar o aporte a Mauro Cid, mas sem sucesso.

Gilson Machado: havia indícios de que o ex-ministro do Turismo tentou emitir um aporte português para que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, deixasse o Brasil
Foto: Pedro França/Agência Senado
No entanto, a PF apontou a possibilidade de ele procurar outros consulados ou mesmo a Embaixada portuguesa, em Brasília, com o mesmo objetivo.
Segundo a PGR, há “elementos sugestivos” de que o ex-ministro tenha atuado para “obstruir a instrução” da ação penal que investiga se Cid, Bolsonaro e outros tentaram aplicar um golpe de Estado no país, além de outras investigações, como o caso das joias.
“Possivelmente para viabilizar a evasão do país do réu MAURO CESAR BARBOSA CID, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual”, completa a PGR.
Machado nega que tenha tentar obter o documento para Cid e diz que procurou o consulado para tratar do aporte de seu pai. Ele se diz “surpreso” com o pedido de investigação.
Gilson Machado foi ministro do Turismo de 2020 a 2022. Era um auxiliar próximo de Bolsonaro e se tornou conhecido também por tocar sanfona nas lives semanais do então presidente.