Pimenta: relação entre Bocalom e Samir azeda de vez após exonerações na Prefeitura

A avaliação é de que Bocalom quis mandar um recado claro ao vereador, que vinha demonstrando insatisfação crescente com algumas decisões do Executivo

A relação entre o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), e o vereador Samir Bestene (PP) azedou de vez. O estopim foi a exoneração, nos últimos dias, de aliados diretos de Bestene que ocupavam cargos estratégicos na prefeitura.

Alysson, Bocalom e Samir Bestene juntos durante ato de campanha no ano ado/Foto: Reprodução

Nos bastidores, a avaliação é de que Bocalom quis mandar um recado claro ao vereador, que vinha demonstrando insatisfação crescente com algumas decisões do Executivo. A tensão, que já vinha sendo percebida em reuniões e votações na Câmara, agora se tornou pública — e sem muito espaço para reconciliação no curto prazo.

Aliados de Bestene dizem que a decisão foi “política e punitiva”, e veem nela um movimento para enfraquecer sua influência dentro da gestão. Já interlocutores do prefeito afirmam que as mudanças fazem parte de um “ajuste técnico” na istração.

Mais uma crise na família Bestene

O rompimento político entre os dois ganhou contornos ainda mais delicados: virou caso de família. As exonerações de aliados de Samir na prefeitura, que acirraram de vez a crise com Bocalom, foram assinadas justamente pelo vice-prefeito Alysson Bestene — que, além de vice e secretário municipal de Educação, é primo de Samir.

A decisão caiu como uma bomba no círculo familiar e político dos Bestenes, que já vinha sido estremecido desde a exoneração da ex-secretária Nabiha, tia dos dois.

Muitos nomes, poucas vagas

Por trás das conversas de bastidor e dos cafés compartilhados nos corredores da política acriana, um assunto vem dominando as rodas de articulação: a tensão crescente dentro das federações partidárias formadas recentemente, que prometem esquentar a disputa pelas vagas no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nas eleições de 2026.

A lógica é simples — e explosiva: com a união de partidos em federações, a divisão de cadeiras entre siglas que antes concorriam sozinhas ficará muito mais restrita. O número de vagas por federação segue o cálculo proporcional tradicional, mas agora, os partidos que compõem o mesmo bloco terão que brigar entre si por esse espaço reduzido. Ou seja: adversários internos am a disputar o mesmo território político.

Vai ser um fogo amigo como há muito tempo não se via. No caso do Acre, onde o número de cadeiras é limitado, a pressão por performance individual cresce e tende a provocar rachas em alianças que mal começaram.

Há, por exemplo, preocupação entre pré-candidatos de legendas menores que ingressaram nas federações com a promessa de fortalecimento eleitoral, mas agora se veem sob o risco de serem engolidos por nomes mais tradicionais ou com maior estrutura dentro do mesmo grupo.

Quem vai comandar quem?

O cenário também abre espaço para manobras estratégicas, como a tentativa de controle sobre o comando estadual das federações — afinal, é ali que serão definidas as nominatas e as regras do jogo para 2026. Os bastidores indicam que já há movimentações para garantir posições privilegiadas nas listas internas, o que tende a ampliar a disputa muito antes do período oficial de campanha.

Com o novo arranjo, quem tiver voto e estrutura vai sair na frente. Mas a conta será cobrada na convivência entre aliados forçados. E, no fim das contas, a pergunta que circula é uma só: quem vai sobrar nessa dança das cadeiras?

Um exemplo claro

Essa nuvem paira justamente sob uma federação recém-criada que já promete ser uma das mais acirradas em 2026: PSDB e Podemos.

Por lá, nomes extremamente conhecidos vão disputar as poucas vagas da Câmara dos Deputados. São eles: Ney Amorim, Pedro Longo, Vanda Milani, Minoru Kinpara e Mazinho Serafim. Briga de cachorro grande.

Apoio certo

O senador Alan Rick (União Brasil) vem consolidando uma base de apoio que pode ser decisiva em 2026, quando é dado como nome certo na disputa pelo governo do Acre: trata-se do numeroso grupo de estudantes acreanos de medicina que cursam a graduação na Bolívia.

Alan tem histórico de atuação em defesa desses estudantes e, nesta semana, reforçou esse vínculo ao anunciar, por meio de vídeo nas redes sociais, que os alunos brasileiros de medicina formados no exterior poderão continuar realizando estágios e internatos nos hospitais do Acre.

A medida é um alívio para centenas de jovens que, por anos, têm contado com o apoio direto do senador nas articulações com o Ministério da Saúde e com os conselhos profissionais.

Parceria importante

Em meio ao estado de emergência em saúde pública decretado pelo governo estadual por causa do aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), um ponto positivo tem chamado atenção nos bastidores: a sintonia entre as equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco e da Secretaria Estadual de Saúde.

Em um momento crítico como este, a integração entre as gestões se tornou essencial para garantir atendimento adequado, evitar colapsos na rede e salvar vidas. A articulação conjunta, encabeçada por Rennan Biths (município) e Pedro Pascoal (estado), reforça a importância do diálogo institucional e da união de esforços — e, neste caso, não é apenas discurso.

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