12 de junho de 2025

Seminário de formação de lideranças negras reúne mulheres do Vale do Juruá

Evento tem como foco o fortalecimento do movimento feminino negro, com debates sobre temas como racismo estrutural

Teve início nesta terça-feira (10), no Centro Cultural de Cruzeiro do Sul, um importante seminário de formação de lideranças promovido pela Associação de Mulheres Negras do Acre (AMNAC). O evento reúne representantes de sete municípios do Vale do Juruá e tem como foco o fortalecimento do movimento feminino negro, com debates sobre temas como racismo estrutural, violência de gênero e o o a direitos garantidos pela Constituição.

Seminário de Formação de Lideranças Negras reúne mulheres do Vale do Juruá. Foto: Reprodução

Merinda Cunha, representante da AMNAC, destacou a importância do seminário como espaço de estudo e reflexão sobre marcos legais como a Lei Maria da Penha, o Estatuto da Igualdade Racial e o marco regulatório de raça e gênero. “Nós estamos aqui para mostrar a importância dos órgãos como Defensoria Pública, Ministério Público e Tribunal de Justiça, entender suas finalidades e de que forma podem contribuir na garantia dos nossos direitos. É fundamental educar a sociedade para combater o racismo e todas as formas de violência”, afirmou.

A formação faz parte de um projeto estadual que prevê encontros regionais em várias cidades do Acre, incluindo Brasiléia, Sena Madureira e Rio Branco. No Juruá, participam lideranças de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Feijó e Tarauacá. O único município ausente foi Jordão, em razão das dificuldades de deslocamento.

Para Rosalina Souza, coordenadora do Ponto de Cultura e da Articulação Juruáense de Mulheres, o seminário representa um o essencial no fortalecimento das lideranças negras locais. “Essa formação vai fortalecer nossa luta contra o racismo, os preconceitos e a violência, além de discutir o feminicídio e a importância de unir as redes de proteção. Precisamos de um grupo forte, preparado, e encontros como esse são fundamentais para isso”, disse.

A Defensoria Pública do Estado também marcou presença na programação. A defensora pública Cláudia Aguirre ressaltou o papel da instituição no diálogo com os movimentos sociais e na efetivação dos direitos. “É essencial que lideranças conheçam as estratégias disponíveis tanto nas políticas públicas quanto no sistema de justiça. A discriminação racial é estrutural em nosso país e só conseguimos avançar quando atingimos esses dois âmbitos”, pontuou.

Cláudia também alertou para o impacto da desigualdade racial nas estatísticas sociais. “Se analisarmos quem mais sofre com a falta de o à saúde, à educação e à segurança, veremos que são, em grande parte, mulheres negras. Por isso, encontros como esse ajudam a refletir e a traçar estratégias para mudar essa realidade”, completou.

Evento tem como foco o fortalecimento do movimento feminino negro, com debates sobre temas como racismo estrutural. Foto: Reprodução

O seminário segue até esta quarta-feira (11) e integra uma iniciativa mais ampla de formação de lideranças e fortalecimento do controle social em diferentes regiões do estado.

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